segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Quem sou

O tempo. O tempo que por muito me afastou destas folhas, o tempo que não me fazia parar para me perguntar, o tempo que me afastou de coisas boas, o tempo que me trouxe outras tantas. O tempo que me fechou, o tempo que nos brinda com estas nuvens, com este vento e com esta lua, que cresce, se enche, se minguá e some... São tantos os compassos, as músicas, os ritmos, as danças... quais delas são nossas? Nos encontramos certas vezes, fomos duas vezes pra lá, duas vezes pra cá, para frente, para trás e nos separamos para rodar, brincar e você me pedir para que olhasse pra você e nisso, imediatamente, sorri. E não mais parei de olhar, de prestar atenção, de cuidar e de procurar, sempre, o sorriso. Não o meu que nada é sozinho e não o seu que me arde de leve o desejo e as vezes o ciúme, mas o nosso que hoje de razão pouco tem, mas que ao mesmo tempo é a razão de sentimentos tão sem palavras.

Sim, sem palavras! Não surgimos delas e elas foram desnecessárias para fazer surgir algo que não sabemos onde começou! Podemos sim lembrar de momentos... de peças que este tal tempo nos prega para estarmos em um lugar e não em outro, sem nunca saber o que é o começo, o que é motivo e o que seriamos se o universo não conspirasse ao teu favor e ao meu, ao mesmo tempo.

E no tempo de hoje, quem sou? Sou um cara que te faz pedidos loucos, que quer te levar pra longe, para qualquer lugar abaixo deste céu, qualquer lugar com lua, sol e peixe, alegria, dança, zabumba e chamegos! Sou alguém que não quer te chamar de minha, mas que quer ter o prazer de sentir teu amor e teus cheiros e teus sentimentos...

Talvez hoje você me veja como alguém de rimas fracas, de paredes fechadas, de atitudes tão confusas quanto, as vezes, tua cabeça me parece. E não nego que talvez até haja quantas verdades nisto tudo, mas hoje, só o que quero, é usar tuas cores para pintar o mundo e tornar tudo mais bonito! Mas ainda há tantas destas cores para descobrir... vamos transformar o mundo, torná-lo colorido, colocar uma música que até as pedras dancem, vamos rodar, vamos dançar ritmos diferentes, vamos inventar, pirar, voar! Hoje, nada mais sou que uma pessoa que espera o amor e que sonha... seria assim que eu me definiria: alguém que está em busca de um sentimento... Me ensina a voar?

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Ensina-me a sonhar

Você tinha olhos decididos, passou por mim e não me viu. Me importar com isso? Não naquele momento. Aquele era teu. O dia nasceu lindo e azul, e entre o rio poluído de nossa cidade e o horizonte, laranja. Entre tantos rostos, uns sonolentos, uns que não sabiam o que estavam fazendo lá, outros austeros, outros autoritários, de novo, azul. Te reconheci ao longe, parecia tão pequena e as vezes eu até te perdia na multidão. Esperei. Me fiz de distraído quando sabia que você me veria, e verde ou mel, me olhou com alguma surpresa. Fiquei imaginando o que estava passando na sua cabeça, talvez você tenha se perguntado sobre o porquê daquela pessoa que você conheceu havia tão pouco tempo estar ali. Ao certo, aquela pessoa também não sabia, mas o dia clareava mais. Rosa. Te segui a cada passo com o olhar e teu olhar tinha determinação, teu olhar tinha a confiança de quem respira fundo para conseguir seguir mais rápido. Teu olhar tinha sonhos. E, logo depois, teus pulmões mal tinham ar e o 23, verde, teimava em fugir de você. "Está bem?" "Estou!". E o dia clareou mais. Um beijo e o pensamento que ficou por lá.

E o que mais? Enquanto você sonha, eu te observo, enquanto te desvendo, você me surpreende. Até quando? Bem da verdade sou um alguém que sonha ter sonhos. Ensina-me a sonhar?

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Uma palavra

Uma palavra. 

Na verdade são duas, na verdade é uma só. Só, sou eu numa folha branca eterna que nunca mais foi preenchida, sem letras e sem nenhuma ou duas palavras únicas... Tantas saudades que doem e não doem, que são distantemente próximas em minha cabeça que lembra e relembra. Tantas coisas que mudaram e não mudaram e se transformaram não transformaram-se em sabe-se lá o que. Quem é você hoje? Pelo que nada muda você ainda é a mesma do samba e do amor até mais tarde, com aquele sono pela manha que logo vira um sorriso, um bom dia ou um "vá para teus compromissos!", mais frequentemente. E, ainda pela manha, toda aquela preguiça que vai embora quando um bom programa vem à mente: à gandaia logo cedo, aos botecos pela tarde e aos céus pela noite! Não, não é difícil amanhecer ao seu lado, olhando teu corpo com desejo e já com saudades do sabor dos beijos da noite anterior. E dar uma ligeira risada da sua timidez sob meus olhares safados. Talvez tenha perdido muitas oportunidades de dizer o quanto acordar ao teu lado faz bem. Mas não, não irei por esses lados. Presentes, vivamos o presente! E hoje só queria mais um capítulo dessa nossa brincadeira, mais uma página daquelas que às vezes voam pela janela do carro. Ainda não faço a mínima ideia do que falo pra você, ainda esqueço meus olhos em você longamente. Ainda te observo, mesmo de longe só para saber todos seus movimentos, num transe, numa viagem e numa queda. Queda. Sim, queda...

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Apenas uma frase

O grande amor não é possível. Talvez por isso mesmo ele seja grande, para que dentro dele caiba tudo o que é impossível!

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Isto deveria existir?

Um dia me falou que fecharia seu coração
Por receio, por desilusão, por falta de esperança
E, por receio, por ilusão e por esperança
O abriu, o mudou, o renasceu

Um dia lhe falei para não ter orgulho
Por segurança, por certeza, por confiança
Hoje me orgulho de lembrar
Da palavra, das duas, de uma

Hoje, você pensa no futuro,
Liga, some, dança e beija
Teu coração ama,
E o meu apenas vive
Teu coração ri
E o meu sorri, timido.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Quem eu sou

Eu não sei, na verdade, quem eu sou.
É um ponto, é um fato.
Quem eu sou, quem eu era?
Eu que agora me disfarço de personagens,
Eu que agora quero mais é ser invisível
E eu que agora quero mais é ser visto.

Eu não sei na verdade, quem eu sou.
Eu, que mal me lembro
Das metades que já tive
Antes de ter vivido
À vontade para me jogar

Eu não sei na verdade quem eu sou.
Eu que me olho no espelho e me reconheço
Eu que sei o que quero, o que espero
Eu, simplesmente, não sei quem eu sou.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Se eu tivesse tecidos como os do céu
Enfeitados com o ouro e a prata
Da luz do Sol e da Lua,
Eu espalharia esses tecidos aos seus pés.
Mas eu, pobre que sou, tenho apenas meus sonhos.
Eu espalhei meus sonhos aos seus pés.
Quando pisar, pise com cuidado,
Pois você pisa nos meus sonhos.


É só porque o mais continua sendo nada.