O tempo. O tempo que por muito me afastou destas folhas, o tempo que não me fazia parar para me perguntar, o tempo que me afastou de coisas boas, o tempo que me trouxe outras tantas. O tempo que me fechou, o tempo que nos brinda com estas nuvens, com este vento e com esta lua, que cresce, se enche, se minguá e some... São tantos os compassos, as músicas, os ritmos, as danças... quais delas são nossas? Nos encontramos certas vezes, fomos duas vezes pra lá, duas vezes pra cá, para frente, para trás e nos separamos para rodar, brincar e você me pedir para que olhasse pra você e nisso, imediatamente, sorri. E não mais parei de olhar, de prestar atenção, de cuidar e de procurar, sempre, o sorriso. Não o meu que nada é sozinho e não o seu que me arde de leve o desejo e as vezes o ciúme, mas o nosso que hoje de razão pouco tem, mas que ao mesmo tempo é a razão de sentimentos tão sem palavras.
Sim, sem palavras! Não surgimos delas e elas foram desnecessárias para fazer surgir algo que não sabemos onde começou! Podemos sim lembrar de momentos... de peças que este tal tempo nos prega para estarmos em um lugar e não em outro, sem nunca saber o que é o começo, o que é motivo e o que seriamos se o universo não conspirasse ao teu favor e ao meu, ao mesmo tempo.
E no tempo de hoje, quem sou? Sou um cara que te faz pedidos loucos, que quer te levar pra longe, para qualquer lugar abaixo deste céu, qualquer lugar com lua, sol e peixe, alegria, dança, zabumba e chamegos! Sou alguém que não quer te chamar de minha, mas que quer ter o prazer de sentir teu amor e teus cheiros e teus sentimentos...
Talvez hoje você me veja como alguém de rimas fracas, de paredes fechadas, de atitudes tão confusas quanto, as vezes, tua cabeça me parece. E não nego que talvez até haja quantas verdades nisto tudo, mas hoje, só o que quero, é usar tuas cores para pintar o mundo e tornar tudo mais bonito! Mas ainda há tantas destas cores para descobrir... vamos transformar o mundo, torná-lo colorido, colocar uma música que até as pedras dancem, vamos rodar, vamos dançar ritmos diferentes, vamos inventar, pirar, voar! Hoje, nada mais sou que uma pessoa que espera o amor e que sonha... seria assim que eu me definiria: alguém que está em busca de um sentimento... Me ensina a voar?